As vendas para show dos Paralamas do Sucesso, dia 28 de agosto na Biruta já estão a todo vapor. Os ingressos de 1° lote com valores de R$ 50 (meia) de pista e R$ 100 (inteira) e Frontstage de R$ 70 (meia) e R$ 140 (inteira) estão à venda no quiosque da Bilheteria Virtual no shopping Del Paseo (3º piso) e no site www.BilheteriaVirtual.com.
Para manter a tradição do rock’n roll, após o sucesso da 1ª edição da festa “Porque Hoje É Rock”, com Capital Inicial e Biquini Cavadão, vem aí mais um evento com toda a energia do pop rock nacional. NA 2° edição do “Porque Hoje É Rock”, Paralamas do Sucesso e Selvagens à Procura de Lei farão a festa a partir das 21:30 na Biruta.
HISTÓRICO
Selvagens à Procura de Lei
Uma banda com letras consistentes, arranjos que fogem ao óbvio e duas grandes vozes de Gabriel Aragão e Rafael Martins, que se completam em vocais dos quatro integrantes. Gabriel e Rafael são virtuosos nas guitarras, mas nem por isso enchem o disco com elas. São usadas na medida certa, em que as canções pedem e a dupla abre mão delas por violões e piano em várias faixas. Natural de Fortaleza, a banda se projetou em seu Estado, ocupando todos os palcos, dos menores aos maiores, antes de partir para conquistas grandiosas, que incluíram uma indicação na categoria Aposta do VMB 2012 da MTV e uma apresentação no mesmo ano no Prêmio Multi Show junto com o Capital Inicial.
O produtor David Corcos “O Marrroquino” assumiu a produção da banda que resultou neste CD, lançado pela Universal Music. Os Selvagens podem ser chamados de a primeira grande revelação do Rock Brasil nesta segunda década dos anos 00. Uma banda que honra uma qualidade conseguida nas décadas de 80 e 90 e que andou fazendo falta nos últimos tempos, se é que vocês me entendem. Já apontaram neles influências de The Strokes e Arctic Monkeys, bandas que tem um pé na sonoridade dos 60 e 70. Eles apontam um leque de influências que incluem os guitarristas John Frusciante, Jack White e Fernando Catatau, e a trindade nada santa de Lobão, Cazuza e Renato Russo, além de The Beatles
Paralamas do Sucesso
É ou não é pioneirismo lançar um álbum brasileiro pop em plenos anos 80 com sonoridades brasileiras e caribenhas – sobretudo jamaicanas? Ali, os Paralamas colocavam os primeiros tijolos do que ainda demoraria uma década para ser completamente analisado e entendido. Mas pode chamar de “entrar para a história”. Nessa busca, eles ainda encontraram uma forma de ser mais populares, de fazer o rock nacional ir além da classe média e, ao mesmo tempo, de torná-lo música de exportação.
Turnês pela América Latina e pelos Estados Unidos fizeram dos Paralamas a primeira banda brasileira reconhecida internacionalmente. E nessa, eles foram parar no tradicionalíssimo Festival de Montreux. Dessa apresentação, tiraram o disco “D” – o primeiro de uma série de ao vivos.
E veio “Bora-Bora”. Abriu-se outro caminho sem volta: mudaram ainda mais a linguagem pop brasileira e oficializaram o naipe de metais. Além disso, radicalizaram de vez na fusão com sons afro-caribenhos. Os arranjos mudaram, as dinâmicas de palco também e, de quebra, eles ainda ofereciam a primeira leva de canções de dor-de-cotovelo, ressentimento e mágoas de amor. Os cacos de um coração estilhaçado afiavam a pena de Herbert e o tornavam um compositor para se levar a sério.
“Big Bang” veio na sequência para tentar explodir o que havia em volta. Herbert seguia remoendo dores amorosas e ainda aproveitava para cantar o jeito brasileiro – não necessariamente o jeitinho – de sobreviver em tempos desleais. A hiperinflação dos anos Sarney, as primeiras desconfianças sobre o regime democrático e a coletiva falta de rumo asfixiavam aquela geração que, anos antes, cantava a esperança no futuro. Mais uma vez, eles eram a voz dos seus contemporâneos. A geração deles pensava o Brasil – também – pelos Paralamas.
Virada a década de 80, a desilusão chegou ao talo em “Os grãos”. O país – apesar de colorido – estava sem cor, como a capa do disco. Depois de seis álbuns lançados em oito anos de carreira, viria a ânsia de se renovar e se expor ao risco, como tinham feito Beatles, Stones, Beach Boys e todas as outras bandas que se tornaram maiores que a vida. Programações eletrônicas e simples poderiam soar quase ofensivas quando a banda envolvida tinha Herbert, Bi e Barone. Só que os limites precisavam ser testados. No aperto, foram nossos hermanos argentinos que deram uma margem para a ousadia e bancaram algumas contas. O clima de recessão, que só se encerraria com o Plano Real do fim do governo Itamar, definitivamente não parecia combinar com aqueles riscos todos. As baixas vendas de “Os Grãos” e os questionamentos da imprensa nacional não os fizeram aliviar.
Na sequência, veio “Severino”, ainda mais duro e abstrato. Novos experimentos eletrônicos. Rock cru. A Argentina tinha abraçado os caras e, como resposta a nós mesmos, eles apontavam para um certo sertanismo: seco como a caatinga, frio como a Inglaterra onde foi mixado. Tom Zé e Brian May. Linton Kwesi Johnson e Cabral de Melo Neto. Poucos ouviram o disco, mas os shows lotaram.
Foi da força vital de tocar ao vivo que os Paralamas se reconstruíram. Quando o Brasil começava a abrir espaço para novos grupos, de uma nova geração, chegou o segundo disco de show, “Vamo Batê Lata”. Quase um milhão de discos vendidos depois, eles estavam de volta para capitanear a nau renovada do rock nacional. Novos garotos e garotas eram apresentados a um repertório que tinha estourado quando eles ainda estavam nascendo.
O setlist paralâmico só se ampliava. Tocaram Raimundos e Chico Science. Tocaram com o Skank e com o Pato Fu. E mais uma vez eram os caras que apresentavam os novos ares da música pop brasileira. Olhando pra frente, lançaram junto ao disco do show um EP de quatro faixas inéditas. Meteram o dedo na cara do congresso com300 Picaretas (foram censurados em plena democracia!) e voltaram às paradas de rádio e MTV com Uma Brasileira.
Pra quem ainda não tinha percebido outra virada, a confirmação chegou com “9 Luas” e “Hey Na Na”, discos tão brasileiros quanto “Selvagem?”, de dez e doze anos antes. Só que mais maturados, menos atrevidos. Uma ideia de Brasil mais assumida podia ser agora mais bem recebida. Ora, a banda e o país tinham mudado com Fernando Henrique. E adivinha se o mergulho na poeira surrealista de “Severino” não estava na origem desse amadurecimento? Fora o maracatu de Chico Science e o forró dos Raimundos.
Quando o formato acústico já começava a dar sinais de cansaço, os discos ao vivo viravam caça-níqueis feitos às pressas e as coletâneas tomavam conta de uma indústria fonográfica que não tinha como saber que o precipício estava logo ali, eles aceitaram um convite. No “Acústico MTV”, os Paralamas fugiram de naipes de cordas e outras receitas do sucesso. De extra, só Dado Villa-Lobos, mais um guitarrista, mas no violão. Deixaram os hits de lado e optaram por uma porção de lados-b. Testaram o repertório em shows supresas em casas pequenas. E na hora de gravar, em vez de um teatro centenário, um parque. Deu certo.
Passado o sucesso da turnê, do que não deixou de ser o terceiro disco ao vivo deles, foi natural esperar por uma reinvenção, outra vez. O problema é que ninguém imaginava que ali, essa expectativa viraria a única saída.
Foi um longo caminho até a volta ao estúdio em 2002. A perda de Lucy, do movimento das pernas e de parte da memória, obrigou Herbert e todos ao redor a redimensionar gestos que, antes, pareciam banais. As histórias de como a amizade de Bi e Barone e dos estímulos à memória pela música e pelo afeto foram fundamentais à recuperação são emocionantes. O acidente de ultraleve em fevereiro de 2001 fez banda, músicos de apoio, amigos e fãs refletirem. Até a esperarem pelo pior. E aprender que a arte de viver da fé, quando se sabe a fé em quê, salva. Outro nome para isso seria amor. O amor salvou Herbert e os Paralamas.
“Longo Caminho”, o primeiro álbum pós-acidente, mostrou onde a banda estava antes da pausa. Uma turnê visceral cortou o país para celebrar a vida. Cercados de amigos, no palco e na plateia, lançaram o CD e DVD “Uns dias”. Disco de estúdio, disco ao vivo e DVD – tudo junto e muito intenso. Viraria rotina, a partir daí. A época era de buscar alternativas, de muita informação e compartilhação. A música viveu essas crises tecnológicas e internéticas antes das outras indústrias. E os Paralamas, claro, passaram por isso.
Sem parar, emendaram no álbum “Hoje”, que comprovou que a capacidade criativa dos três permanecia intacta e pulsante. O que não faltava eram guitarras distorcidas.
Em seguida, mais festa. O sucesso da celebração de 25 anos de carreira, em um projeto conjunto com os camaradas dos Titãs, foi um atestado de sanidade de toda aquela geração que, no início da década de 80, fez o novo acontecer e, a partir dali, escreveu a própria história…
Com “Brasil Afora”, os Paralamas trouxeram a estrada para as letras, para a cenografia, para o imaginário e para a prática. Como é que eles não tinham pensado nisso antes? A banda que sobrevive de amizade e som, só sabe que a receita dá certo porque ela é testada no asfalto quente. O interior do país ganhava poder de compra, a desigualdade diminuía e os Paralamas estavam falando disso. E, claro, levando tudo para o palco.
O show virou, via Multishow, um novo disco ao vivo e um DVD. E Zé Ramalho e Pitty entraram na roda dos amigos que a banda trazia pra perto.
A onda da estrada contagiou, e a data redonda de 30 anos mereceu a comemoração mais óbvia e natural: uma turnê. Quem começou aos 20 e poucos sonhando em tocar naquele tal palco do Circo Voador tinha que reencontrar aquela galera dos primeiros shows, a galera dos primeiros ingressos, de quem tinha estreado a vitrola com um LP daquele rock de bermuda. Um telão de led passava tudo enquanto eles tocavam tudo. Tanta definição ficou embaçada nas lágrimas que escorriam de casais há anos sem sair pra um show de rock, a pais que nunca tinham ficado da mesma idade dos filhos por uma noite. Foi emocionante, e se você duvida é só assistir ao “Multishow Ao Vivo – 30 Anos”, show e documentário que saíram em DVD e programa de TV.
Serviço:
Porque Hoje É Rock
Atrações: Paralamas do Sucesso e Selvagens à Procura de Lei
Data: 28 de agosto
Local: Barraca Biruta
Abertura dos portões: 21:30
Ingressos 1° lote:
Pista: R$ 50 (meia) e R$ 100 (inteira)
Frontstage: R$ 70 (meia) e R$ 140 (inteira)
Pontos de Venda:
*Quiosque da Bilheteria Virtual no shopping Del Paseo (3º piso);
*Site www.BilheteriaVirtual.com: http://migre.me/qiUAY
Classificação: 16 anos
Informações: 3033-1010
Cerveja Oficial: Kaiser Radler
Realização: Multi Entretenimento e Stallo’s Produções